quarta-feira, 20 de junho de 2012

A capital das monstruosidades 2


Apesar de não entender nada de arte, tenho o direito de não gostar desses monumentos que estão espalhados pela minha cidade, certo? Pois bem, se você é um apreciador de arte moderna, sugiro que pare de ler esse artigo e vá fazer algo que lhe interesse, caso contrário, fico feliz em dividir minha opinião com outras pessoas normais.
                        Voltando ao assunto principal: obras de arte da nossa querida Porto Alegre. Passear pela cidade, às vezes, pode ser mais horripilante que um trem fantasma da melhor qualidade. Há tantas coisas estranhas em praças e parques que me pergunto: “quem permitiu que essas atrocidades sejam vistas pela população?”. Será o objetivo da prefeitura espantar os turistas? Dizem que essas coisas são símbolos da cidade, recheados de significados e subjetividade, pois eu não vejo nada disso.
                        O monumento dos Açorianos, por exemplo, não sei por que, mas aquilo sempre me pareceu um tipo de centopéia com orelhas de elefante. Caravela? Aonde? Carlos Tenius (escultor desse treco) que me perdoe pelas ásperas palavras, mas eu não caio nesse baboseira de “caravela representando os primeiros casais que povoaram a cidade”. Coitados, nunca pensaram que seriam lembrados através de uma escultura tão horrenda.
                        E as “Tetas” então? O que dizer aos desafortunados turistas além de “fechem os olhos por um instante”? Mas de quem eu realmente tenho pena são dos funcionários públicos que por ali trabalham, sendo aquela a zona do Foro Central, Tribunal de Justiça e Ministério público. Pobres seres que nem podem olhar pela janela sem se sentirem ridículos, pensando que alguém faz aquilo e é tão prestigiado enquanto eles estão suando a camisa fazendo o judiciário funcionar.
                        Como se perguntou um dia Voltaire Schilling: por que o Direito Penal nunca se preocupou em tratar como criminoso quem propositalmente fabrica a feiúra? Mas calma Voltaire, nem tudo está perdido, algumas obras merecem serem enquadradas no grupo das exceções. A Estátua do Laçador, por exemplo, esse sim é um símbolo da cidade e do estado do Rio Grande do Sul, autoexplicativo, sem enrolação, direto, como um monumento deve ser. O arco do triunfo da Redenção é outra exceção, embora não tenha nada de tão especial, é suportável aos nossos olhos e dá um certo ar característico no lugar. Meros mortais cidadãos de Porto Alegre: o parque da Redenção é “passeável”.
                        Mesmo com algumas esporádicas brisas de ar puro, nossa cidade ainda precisa de ajuda, meu voto é pela demolição das perversidades e pelo exílio desses que se autointitulam escultores e artistas. Como tal justiça dificilmente será feita, meus caros amigos, eis a verdade: teremos que conviver com as monstruosidades em nossa linda cidadezinha.
                       

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